“RESPIRA-SE PÓ”: O DESAFIO DAS QUEIMADAS E OS CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA A SAÚDE
- Mariele Santos
- 4 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 6 de fev.

Estamos quase anestesiados com o excesso de notícias sobre incêndios, mas é impossível falar de outro assunto nesta semana. O impacto é tão visível quanto devastador : as queimadas se espalham por todo o país, do Pantanal ao Cerrado, da Amazônia ao interior de São Paulo, deixando um rastro de destruição e consequências desastrosas.
A MetSul Meteorologia informou que a fumaça das queimadas deve chegar ao Sul do Brasil quarta-feira (4). Esse fenômeno ocorre devido à entrada de uma massa de ar mais quente no Rio Grande do Sul, que, combinada com os ventos vindos do Norte, está empurrando a fumaça para o Sul do país.

O mapa divulgado pela MetSul mostra o corredor de fumaça se estendendo até o Rio Grande do Sul e se curvando em direção ao Oceano Atlântico. Essa movimentação faz com que a fumaça avance também para o Sudeste, atingindo estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo, aumentando ainda mais o impacto ambiental e os riscos para a saúde pública.
A dispersão da fumaça não só piora a qualidade do ar nas regiões afetadas, mas também revela a gravidade das queimadas que têm devastado várias partes do Brasil. Este fenômeno serve como um doloroso lembrete dos desafios ambientais que enfrentamos, reforçando a urgência de ações para controlar os incêndios e mitigar seus efeitos destrutivos.

Além das medidas de combate aos incêndios que estão ocorrendo em várias regiões do país, é crucial que a população saiba como se proteger e evitar, sempre que possível, a exposição aos poluentes e à fumaça densa. O ar, que antes era um recurso natural, se transforma em uma ameaça quando contaminado por poeira e fuligem que flutuam livremente em nossa atmosfera.
Nos dias em que o céu é coberto por essa névoa cinza, cada respiração nos lembra da destruição ao nosso redor. E a fumaça não escolhe vítimas: ela invade as cidades, entra em nossas casas e se infiltra em nossos pulmões, trazendo uma série de riscos à saúde. Para aqueles que já têm problemas respiratórios, como asma ou bronquite, a situação se torna ainda mais perigosa.

O Ministério da Saúde recomenda várias medidas de proteção. Entre as orientações estão aumentar a ingestão de água e líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas e mais protegidas. É fundamental reduzir o tempo de exposição à fumaça, permanecendo em locais ventilados dentro de casa. Se possível, use ar condicionado ou purificadores de ar, e até coloque uma bacia com água e pano para ajudar a umidificar o ambiente e diminuir a concentração de partículas no ar.
Durante horários de maior concentração de poluentes, como entre meio-dia e 16h, é aconselhável evitar atividades físicas. Além disso, recomenda-se o uso de máscaras cirúrgicas, de pano, lenços ou bandanas para diminuir a exposição às partículas grossas, especialmente para quem vive perto das áreas afetadas. As recomendações devem ser seguidas por toda a população, com atenção especial para crianças menores de 5 anos, idosos maiores de 60 anos e gestantes.
O Brasil está em chamas, e com ele, nossa esperança de um futuro mais verde. Contudo, enquanto houver quem respire pó, também haverá quem lute para mudar essa realidade. Assim, mantemos a esperança de que a ação e a conscientização possam fazer a diferença.
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