MPOX VIRA EMERGÊNCIA GLOBAL
- Mariele Santos
- 15 de ago. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 6 de fev.
14 de agosto de 2024
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, novamente uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). A decisão veio após um aumento alarmante de casos na África Central, particularmente na República Democrática do Congo (RDC), onde quase 14 mil casos e 450 mortes foram registrados apenas em 2024.
Embora fora da África a transmissão permaneça baixa, a OMS alerta para a necessidade de uma resposta global coordenada.

O Que Torna Esta Situação Diferente?
A nova variante do vírus, conhecida como Clado Ib, apresenta maior mortalidade e é mais fácil de ser transmitida, o que a diferencia do surto de 2022. Essa variante, além de afetar principalmente crianças, se propaga por múltiplos modos de transmissão, incluindo contato não sexual, o que amplia o risco de disseminação em comunidades vulneráveis.
Apesar de o risco para o Brasil ser considerado baixo, as autoridades de saúde estão em alerta. O Ministério da Saúde está revisando seu plano de contingência e monitorando a situação de perto, especialmente considerando que o país registrou 709 casos de mpox e 16 óbitos até agora em 2024.

Mpox: Uma Reflexão Sobre a Importância
A reemergência da mpox como uma emergência global ressalta a necessidade urgente de fortalecer os sistemas de saúde pública, alinhando-se às diretrizes de ESG (Environmental, Social, and Governance) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A pandemia de COVID-19 já havia transformado a sociedade e revelado muitas fragilidades nos sistemas de saúde. Agora, o surto de mpox reforça a importância de uma governança eficaz em crises de saúde.
A resposta à mpox deve incluir proteção e tratamento eficazes para populações vulneráveis, como crianças e pessoas autoimunes, e garantir equidade no acesso à saúde para prevenir a propagação da doença.
A relação entre saúde pública e meio ambiente também é crucial. A conservação de ecossistemas e a proteção da biodiversidade são medidas preventivas essenciais para reduzir o risco de zoonoses, como a mpox, que surgem da interação entre humanos e animais. O que está acontecendo no Pantanal e os ciclos climáticos deste ano são exemplos de como mudanças ambientais podem impactar a saúde pública.
A Importância da Vigilância e Preparação
A mpox, assim como outras emergências sanitárias anteriores, destaca a necessidade de vigilância contínua, pesquisa e investimento em sistemas de saúde pública robustos. O Brasil, com seu histórico de resposta rápida durante o surto de 2022, deve continuar investindo em pesquisa e preparação para evitar que novas variantes da mpox ou outras doenças emergentes se tornem ameaças maiores.

Enquanto o mundo enfrenta mais uma emergência de saúde pública, a integração de inovação e a resposta coordenada não apenas ajudarão a conter a disseminação da mpox, mas também fortalecerão a resiliência global contra futuras pandemias.

Sintomas
A varíola dos macacos, ou mpox, começa com sintomas inespecíficos como febre, fadiga, dor de cabeça e dores musculares, que podem facilmente ser confundidos com um resfriado ou gripe. Geralmente, de 1 a 5 dias após o início da febre, surgem lesões cutâneas conhecidas como exantema ou rash cutâneo, que são manchas vermelhas que inicialmente aparecem na face e, em seguida, se espalham para outras partes do corpo.
Essas lesões cutâneas são acompanhadas de prurido (coceira) e linfadenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos), especialmente nos gânglios cervicais e inguinais. A erupção passa por várias fases: começa com pápulas (calombos) que evoluem para vesículas (bolhas cheias de líquido), seguidas por pústulas (bolhas cheias de pus), úlceras e, finalmente, lesões que formam crostas e, eventualmente, cicatrizam. O processo completo pode durar várias semanas, e as lesões são altamente contagiosas até que a crosta caia e a pele esteja completamente cicatrizada.

Além dos sintomas cutâneos, alguns pacientes podem apresentar sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e dor abdominal, especialmente nas fases mais avançadas da infecção. Em casos mais graves, pode haver complicações como infecções bacterianas secundárias, pneumonia, encefalite (inflamação do cérebro), e infecções oculares que podem levar à perda de visão.
Aplicação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na Crise Mpox
ODS 3: Saúde e Bem-Estar: A resposta à mpox deve alinhar-se ao ODS 3, que visa garantir vidas saudáveis e promover o bem-estar para todos. Isso inclui fortalecer a capacidade dos países de prevenir, detectar e responder a emergências de saúde.
ODS 10: Redução das Desigualdades: A pandemia de mpox evidencia a necessidade de reduzir as desigualdades em saúde. Países mais afetados, como a RDC, enfrentam desafios significativos na resposta à doença, o que requer solidariedade global e apoio internacional.
ODS 17: Parcerias para a Implementação dos Objetivos: A cooperação internacional é fundamental para enfrentar emergências globais. A OMS, em parceria com governos e organizações internacionais, desempenha um papel vital na coordenação de respostas eficazes à mpox.
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