BRASÍLIA RECEBE 21ª EDIÇÃO DO ACAMPAMENTO TERRA LIVRE, MAIOR MOBILIZAÇÃO INDÍGENA DO PAÍS
- Mariele Santos
- 8 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 1 dia

Nesta semana, entre os dias 7 e 11 de abril, ocorre em Brasília (DF) a 21ª edição do Acampamento Terra Livre, maior mobilização indígena do país. O evento marca também os 20 anos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), celebrados sob o lema “Apib Somos Todos Nós: Nosso Futuro Não Está à Venda!”.
Organizado em parceria com sete entidades regionais — Aty Guasu (Centro-Oeste), Apoinme (Nordeste e Leste), ArpinSudeste (Sudeste), ArpinSul (Sul), Coica (Amazônia internacional), Coiab (Amazônia brasileira) e Terena (Mato Grosso do Sul) –, o acampamento reunirá entre 6 e 8 mil indígenas de mais de 200 povos, segundo a Apib.

Entre as principais pautas estão:
Oposição ao Marco Temporal;
Estratégias para a COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas;
Defesa dos direitos constitucionais e da vida dos povos originários.
A programação inclui uma marcha até o Congresso Nacional, reforçando a luta histórica por justiça e territórios. O evento consolida-se como um espaço de resistência e articulação política em defesa das causas indígenas.

Confira abaixo a declaração feita em 2024.
DECLARAÇÃO URGENTE DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL — 2024
(Versão resumida)
“Nosso Marco é Ancestral!”
Nós, povos indígenas, somos guardiões do tempo e da terra. Após cinco séculos de resistência, continuamos firmes como nossas florestas. Em 2024, 9 mil representantes de mais de 200 povos ocuparam Brasília no 21º Acampamento Terra Livre para gritar:
SEMPRE ESTIVEMOS AQUI!
Exigimos:
Revogação imediata da Lei 14.701/2023 (Lei do Genocídio Indígena)
Retomada urgente das demarcações de terras
Fim do Marco Temporal
Proteção contra invasões e megaprojetos destruidores
Denunciamos:
A decisão do ministro Gilmar Mendes (STF) que suspendeu proteções territoriais
A omissão do Estado brasileiro, que rompeu o pacto constitucional de 1988
A “Lei do Genocídio” que legaliza violências históricas
Alertamos:“Nossos direitos não se negociam! Não aceitaremos viver em fazendas. Se há dinheiro para reassentar invasores, que se use para demarcar nossas terras originárias!”
Presidente Lula: Exigimos em 15 dias uma Força-Tarefa com:
Ministério dos Povos Indígenas
Ministério da Justiça
AGU
Com participação indígena efetiva para garantir demarcações.
Nosso compromisso: “Protegeremos nossa Mãe Terra com nossas vidas. Sem demarcação não há democracia!”
Assinado: Acampamento Terra Livre Brasília, 26 de abril de 2024.

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