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AGÊNCIA PÚBLICA: “O JORNALISMO NA LINHA DE FRENTE: MESA DESINFORMAÇÃO E POPULISMO DIGITAL.”

  • Foto do escritor: Mariele Santos
    Mariele Santos
  • 15 de mar. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 3 de ago. de 2024


 
Como isso afeta sua percepção da realidade e da democracia?

Foto: @agenciapublica Nina Santos, Letícia Cesariano e a mediadora Natália Viana.


A Agência Pública, em comemoração ao seu aniversário de 13 anos, realizou em parceria com o curso de Jornalismo e a Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC-SP, o evento Pública 13 anos: O jornalismo na linha de frente da democracia”. Este evento debateu os rumos da democracia em diferentes áreas.

O evento ocorreu no dia 13 de março, com três mesas de discussão pela manhã e uma à noite, abordando os desafios enfrentados pelo jornalismo diante da disseminação da desinformação e do populismo digital.


Nina Santos, Letícia Cesariano e a mediadora Natália Viana, jornalista investigativa independente brasileira, lideraram o debate, intitulado “Desinformação e Populismo Digital” destacando a urgência de lidar com a desinformação em um contexto onde teorias conspiratórias são disseminadas massivamente, principalmente nas redes sociais e outros canais digitais. Elas ressaltaram como essas narrativas distorcem os fatos e criam uma visão distorcida da realidade, minando a credibilidade do jornalismo e das instituições democráticas.


A polarização política também foi abordada como um fator contribuinte para a disseminação da desinformação, levando as pessoas a se fecharem em bolhas informativas e reforçarem suas crenças preexistentes. Isso cria uma percepção fragmentada da realidade, onde diferentes grupos têm visões irreconciliáveis, dificultando o diálogo e o consenso.


Nina Santos, é diretora do Aláfia Lab, coordenadora geral do desinformante e pesquisadora no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD) e no Centre d’Analyse et de Recherche Interdisciplinaires sur les Médias (Université Panthéon-Assas), destaca que a sobreposição dos interesses pessoais, da estrutura social e da estrutura de plataformas digitais influenciam diretamente as escolhas informativas.



Foto: @agenciapublica, Nina Santos.


"A gente está falando de uma possibilidade infinita que se abre com esses ambientes digitais, inclusive possibilidades muito positivas. Mas a gente está falando de uma realidade concreta que a gente tem hoje, que é um espaço digital, plataformizado, extremamente centralizado em torno de poucas empresas, que são extremamente intransparentes, que acabam decidindo regras do que vale e do que não vale no debate público, do que é que se torna visível ou não visível para as pessoas com base em critérios que não são, digamos assim, para dizer de uma maneira bem leve, que não tem interesse público, como uma meta no final. Então, a sobreposição dos interesses pessoais, da estrutura social e da estrutura de plataformas digitais acaba gerando um fenômeno de escolhas informativas diretas que muitas vezes acabam facilitando esse caminho de levar da desconfiança para radicalização do julgamento. Está intrinsecamente ligado ao questionamento à instituições."

O avanço tecnológico trouxe consigo uma série de desafios, especialmente no que diz respeito à disseminação de informações e à formação de opiniões. As redes sociais e outras plataformas digitais se tornaram o principal meio de comunicação para grande parte da população, mas também têm sido palco para a disseminação de desinformação, manipulação e polarização.


Diante desse cenário, medidas regulatórias, como a recente regulamentação do uso da inteligência artificial nas eleições, foram apontadas como um passo importante, porém apenas o começo de um longo caminho a ser percorrido. É necessário um esforço conjunto da sociedade, do poder público e das empresas de tecnologia para desenvolver soluções que promovam a transparência, a ética e a responsabilidade no uso das novas tecnologias.


Foto: @agenciapublica, Letícia Cesarino.


Letícia Cesarino, do Departamento de Antropologia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC, apresenta uma perspectiva intrigante sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) no cenário informacional. Ela utiliza uma metáfora poderosa ao afirmar que "A IA vai anabolizar a informação". Segundo ela, isso não implica necessariamente em uma mudança qualitativa na maneira como a informação opera, mas sim em uma aceleração, ampliação e popularização dessa dinâmica. Cesarino destaca que esse aumento da velocidade e escala pode resultar em lucro e, paradoxalmente, na disseminação mais barata da desinformação.


Além disso, destacaram a importância de investir em educação midiática e digital para capacitar os cidadãos a discernir entre informações verdadeiras e falsas, a questionar fontes e a formar opiniões de forma crítica e consciente. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa, informada e democrática para todos.


Foto: @agenciapublica, Natália Viana é co-fundadora e diretora executiva da Agência Pública.


O evento marcou não apenas o aniversário da Agência Pública, mas também um compromisso renovado com o jornalismo de qualidade e a defesa da democracia em tempos de desafios sem precedentes. Visto que o papel dos comunicadores, sejam eles jornalistas, professores ou influenciadores, é a apuração dos fatos e a intermediação que se faz pública na notícia.

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