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A MÚSICA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: QUANDO DADOS VIRAM ARTE

  • Foto do escritor: Mariele Santos
    Mariele Santos
  • 6 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 6 de fev.


 

Todos nós já tivemos, em algum momento da vida, contato com músicas que nos despertaram sentimentos profundos. Sabemos que as frequências sonoras desempenham um papel importante no funcionamento do cérebro.


Cientista japonês transforma 30 anos de mudanças climáticas em música assustadora — Foto- Reprodução.
Cientista japonês transforma 30 anos de mudanças climáticas em música assustadora — Foto- Reprodução.

O japonês Hiroto Nagai, compositor e cientista geoambiental, exemplifica essa conexão ao transformar dados climáticos em uma composição para quarteto de cordas. Seu objetivo é unir ciência e arte, alcançando nossa sensibilidade humana para questões essenciais da existência. Ele utiliza a sonificação — o processo de transformar dados em som — para permitir que as informações sejam interpretadas pela audição, em vez da visão. Ao contrário da visualização de dados, que utiliza gráficos e representações visuais, a sonificação usa características sonoras, como notas, ritmo e volume, para representar diferentes aspectos dos dados.


Nagai combinou as melodias dos instrumentos com dados coletados entre 1982 e 2022 em quatro locais polares: um ponto de observação no manto de gelo da Groenlândia, uma instalação de comunicação por satélite em Svalbard e duas estações de pesquisa na Antártica. Ele utilizou um programa de sonificação para traduzir dados sobre radiação solar, radiação infravermelha, temperatura da superfície, espessura das nuvens e precipitação em tons musicais variados, representando as mudanças ao longo do tempo.



Adotando uma abordagem inovadora, Nagai insere elementos artísticos na composição para criar uma experiência emocionalmente envolvente. Ele destaca que a “musificação” dos dados — em contraste com a sonificação tradicional — requer uma intervenção artística para criar tensão e dinamismo na música. Ao divulgar a obra, o geocientista e músico Hiroto Nagai, da Universidade Rissho, convidou os ouvintes a sentir, mais do que compreender intelectualmente, o impacto da atividade humana no planeta.

“Meu objetivo é transmitir não apenas as questões ambientais, mas também os sistemas intrincadamente elaborados da Terra e toda a história de 4,5 bilhões de anos que os molda”, afirmou.

Essa composição nos convida a uma reflexão profunda sobre nossa interdependência com a natureza e sobre o impacto de nossas ações, abrindo caminho para um entendimento sensorial das questões ambientais.


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